O meu depoimento sobre fazer intercâmbio não é tão diferente de todos, mas o meu caso em particular é devido à necessidade de falar e escrever em Inglês, ainda mais em meu ramo de trabalho (Consultor Oracle Applications e SAP).
Há 40 anos tenho trabalhado para empresas multinacionais. Tentei por inúmeras vezes fazer cursos de idiomas, professores particulares, mas nunca foi para frente. Passei por várias dificuldades e perdi inúmeras oportunidades excelentes para fora do Brasil. Foi quando em março de 2016, em conversa com minha família, resolvi depois de 52 anos de idade fazer um Intercâmbio, não um qualquer, mas um que realmente valeria a pena investir. Foi quando minha filha indicou a Carolina Ojeda da MD4S Intercâmbio.
Entrei em contato imediatamente com ela que prontamente me atendeu com a maior paciência do mundo, pois eu queria um lugar que tivesse poucos brasileiros, pois todos nós sabemos que brasileiro existe em todos os lugares do mundo.
“EUA, Canadá, Irlanda, Inglaterra, África do Sul... Desses lugares, qual é o que tem menos brasileiros?”, perguntei. “É a África do Sul”, me disse a Carolina, “custo baixo em relação ao transporte, alimentação”, então ficou decido por mim e minha família que meu destino seria mesmo a África do Sul, especificamente Cape Town (Cidade do Cabo) e a escola escolhida a dedo foi a Cape Studies.
Entrei em contato com meu diretor da empresa onde trabalho e consegui uma liberação para trabalhar remotamente. Como aqui em Cape Town estamos 5h na frente do Brasil, daria tempo suficiente para estudar das 9h às 13h e ainda trabalhar das 14h às 22h, sem problema algum.
A decisão foi assim e em uma semana eu estava desembarcando em Cape Town. Lógico que meu passaporte estava em dia e não precisa de visto para cursos de até 90 dias, mas tem que ter a Carteira Internacional de Saúde (ANVISA) com a vacina da febre amarela e não adianta tentar, pois não embarca mesmo!
Em 15/04/2016, às 16h em ponto, cheguei ao meu destino, Cape Town, South Africa. Peguei um táxi, acabei ficando em hotel mesmo, pois queria um lugar mais calmo, reservado, privacidade, sem ninguém para compartilhar (foi uma escolha pessoal), pois tinha que estudar e trabalhar ao mesmo tempo.
Bem, tudo arrumado, tudo certinho, lá vamos nós, na minha primeira semana em Cape Town. Foi totalmente um desastre, estava a ponto de desistir, choque cultural, pessoas diferentes, não tenho problema com raça, cor ou religião, pelo contrário, na realidade, comecei a sentir saudades da família, amigos. Parecia que o curso não estava rendendo o que esperava. Enfim, foi um desespero total! Eu estava louco para fazer as malas e voltar para o Brasil imediatamente. Juro por Deus, enviei uma mensagem desesperadora para Carolina, explicando as minhas dificuldades na escola, foi quando ela me pediu um pouco de paciência e disse que era normal, pois ainda era início e eu ainda ia me adaptar. Pois bem, não era que a danada estava certa? Depois disso só foi alegria! Estou há mais de mês aqui em Cape Town e, por mim, viveria meu resto da minha vida por aqui. Por que essa mudança repentina?
Comecei a me adaptar ao clima, comecei a me soltar no Inglês, mesmo ainda falando errado as vezes. Fiz novas amizades (árabes, turcos, belgas, alemães, angolanos e até um brasileiro. Me adaptei à escola, aos professores que, por sinal, são maravilhosos (Luan, Debbie e Abibah). Eles tem uma paciência comigo que eu nunca vi (olha que sou chato)! A escola simplesmente é fantástica.
São por esses e outros vários motivos que quando vocês estiverem aqui, irão concordar comigo:
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A cidade de Cape Town é considerada umas das 4 melhores cidades do mundo para se viver (se é verdade não sei, mas conheço New York, Stanford, New Jersey, Washington, Orlando, Miami, Itália, México, Colômbia), além de ter infra-estrutura com estilo europeu, não tem problemas com água, luz, saneamento básico, pelo menos aqui em Cape Town é 100% (não conheci outras cidades), asfalto liso, sem buraco algum, mansões e casas maravilhosas;
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As pessoas que vivem em Cape Town são alegres, independente da classe social, raça, credo, são educadas, não existem crimes e assaltos. Perdi meu celular e no dia seguinte me entregaram. Além do inglês que todos falam por aqui, existem mais 11 línguas africanas que nem me arrisco a dizer os nomes;
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Pontos turísticos maravilhosos! São muitos mesmo. Aconselho pegar um tour turístico de ônibus pela cidade por dois dias, no final de semana. Custa 550,00 Rands (em torno de R$ 126,00), com direito a subir pelo bondinho na Table Montain). Ainda tenho que fazer muitos antes de terminar o curso. Exemplos: Table Montain, Hout Bay, Camps Bay, Cidade do Vinho, Safari... gente, é muita coisa para se fazer! Para quem tiver tempo, não vai faltar esporte radicais, bungee jump, mergulhar com os tubarões, surf, montain bike, motorbike, paraquedismo, parapente ou paraglider, alpinismo, etc.
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Vestimentas e alimentação são muitas baratas, com R$ 50,00 por dia dá para almoçar e jantar em abundância. É claro que não irão encontrar feijoada, churrasco à brasileira, pão de queijo, etc. Aqui o estilo é americano mesmo (bacon, batata, ovos e pães), tudo em excesso. Portanto, vão com calma! Por isso que eu ando bastante para perder a coloria (na verdade a barriga mesmo). Alimentação variada: frango aqui é cardápio certo, além de comidas chinesas, italianas, árabes, africanas (claro), indiana, cubanas, angolanas (foi onde achei picanha no Restaurante Praia Morena). Gente, é muita opção! Mas o grande barato daqui mesmo é o vinho, um melhor que o outro e o preço então... comprei doze garrafas de vinho por R$ 210,00 (recomendo Pinotage). Para os adoradores de cerveja, nem se fala! O bom aqui é a Castle, excelente e também é vendido como chopp (draft), mas existem outras marcas também.
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<>Tráfego aqui no horário de pico é muito tranquilo comparado com São Paulo. No início estranhei um pouco, pois o volante fica do lado direito e, claro, o trânsito é o inverso do Brasil, estilo Inglês mesmo. Passei vários apuros! Ao atravessar, prestem bastante atenção! Nunca vi um acidente de trânsito por aqui. As pessoas respeitam as leis e se for alugar um carro, melhor mesmo é pegar um automático, senão, com certeza terão dificuldades em trocar a marcha com a mão esquerda. Aliás os carros mais populares são BMW e AUDI. Nunca vi tantos carros esportivos! Nem preciso falar que o preço dos veículos aqui é a metade do preço do Brasil. O imposto aqui é de 14% para tudo, outra vantagem sensacional! Aluguel de carro aqui é muito barato, mas sinceramente, para quê? O transporte público aqui funciona mesmo.
Por esses motivos que gostaria de nunca mais sair daqui, mas temo que terei que voltar para realidade do Brasil.
Queria agradecer à minha família que me incentivou a realizar esse intercâmbio, mesmo sabendo que estou sofrendo muito a falta deles, em especial à minha neta amada e, claro, à empresa MD4S, especialmente a Carolina Ojeda, pela seriedade, pela paciência, pela indicação do local e com certeza se tiver que realizar outro intercâmbio, será pela MD4S. Sei que ainda não terminei o curso, mas com certeza irei levar esse aprendizado, para o resto da minha vida e espero ter passado um pouco da minha experiência às outras pessoas que tenham intenção de realizar esse programa, e afirmo, não desistam na primeira dificuldade que tiverem, eu sou a prova disso! DEUS ENSINA O CAMINHO, CABE VOCÊ DECIDIR O CAMINHO CERTO!